quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tranquilamente

Um texto meu.

CALMA E TRANQUILIDADE

O tempo não pára, 
Nem pode ser atrasado, 
Tão pouco, adiantado.
Só o mar avança e retrocede com a maré.

Tanta aflição não tem sentido, 
Nem tudo é tão importante assim.
Horários...
Rotinas...
Conquistas...

É preciso calma para acontecer,
Para elevar a alma ao céu,
Para ver o dia amanhecer e a noite acontecer.

Um passo de cada vez, 
Respiração, emoção, ação.
No ritmo certo, sem pressa.

Eu mesma sou assim,
E para mim, o que importa é ser assim.
Calma e tranquilamente assim.







quarta-feira, 20 de abril de 2011

Letras sublimes

Hoje, véspera de feriado, vou sair para passear. Deixo aqui letras sublimes, que me tocam e inspiram. Boa Páscoa! Ressurreição, vida!

Não mais passearemos

Então, não mais passearemos
Assim tão tarde, pela noite afora,
Embora o coração ainda esteja apaixonado
E a lua continue a brilhar.

Pois a espada dura mais que a bainha,
A alma consome o peito, 
O coração precisa tomar fôlego
E o amor, descansar.

A noite foi feita para amar
E o dia volta cedo demais,
Contudo, não mais passearemos
À luz do luar.
           Lord Byron, 1788-1824       


domingo, 17 de abril de 2011

Por que sofremos?

Hoje deixo um texto que recebi e que tem tudo a ver com o momento que vivo. Segue na íntegra, extraído de www.somostodosum.ig.com.br 
Sabe por que você sofre por amor?
:: Rosana Braga ::

" Melhor dizendo, sabe por que você, eu e todas as pessoas do mundo sofremos, por qualquer que seja o motivo? Porque resistimos, rebelamo-nos e travamos uma luta contra o que está acontecendo e que não tem nos agradado!
Ou seja, não aceitamos a vida como ela está se mostrando num determinado momento. Não aceitamos o fluxo e passamos a investir pensamentos, sentimentos e emoções, e muitas vezes também palavras e ações, pra revelar nossa imensa indignação diante do acontecimento que está em desacordo com a nossa vontade.
E você poderia se justificar dizendo que faz isso porque não é acomodado, porque luta por aquilo que quer e porque acredita que quem não faz nada para mudar o que não está bom, é covarde, derrotado e fraco.
Compreendo seu ponto de vista e tenho certeza de que parte do seu argumento faz sentido. Mas explico: existe uma enorme diferença entre fazer o seu melhor e tentar tudo o que for possível (sem desrespeitar o limite do outro, claro!) para conseguir o que deseja e... não saber reconhecer a hora de parar e confiar no Universo, a hora de deixar a vida rolar...
Porque, no final das contas, é isso que se chama FÉ! Ou seja, confiar, entregar-se ao ritmo da vida sem ficar contestando, brigando, resistindo, tentando se convencer ou convencer o outro de que as coisas deveriam ser diferentes! Não deveriam!!! Se devessem, simplesmente seriam diferentes!
O fato é que nem você e nem ninguém tem controle sobre o mundo, sobre outra pessoa e, muitas vezes, nem sobre a própria vida. Nosso "controle" é parcial, é limitado, vai somente até onde estamos conscientes; e, acredite: a grande maioria de nós está bem pouco consciente diante de tudo o que existe ao nosso redor!
Podemos decidir muitas coisas, podemos e devemos fazer escolhas a todo momento, mas tudo isso tem influência sobre os resultados até certo ponto. Somos apenas uma pequena parte do todo e, por isso, vivemos também sob a influência do imponderável, do inexplicável, do invisível e até do impensável. Ou seja, vivemos sob as demandas do incontrolável.
E isso significa dizer que, muitas vezes, depois de já ter tentado tudo o que podia, depois de ter feito o melhor que conseguia, não haverá mais nada que você possa fazer para mudar uma situação senão aceitá-la exatamente como ela é, senão confiar na sabedoria da vida e acreditar que o que tiver de ser, será! Que o melhor pode estar por vir se você realmente estiver disposto a aprender, a não repetir os mesmos erros e a, sobretudo, se perdoar pelo que não conseguiu acertar desta vez!
E quando você consegue fazer isso, quando consegue respirar fundo e simplesmente confiar, é inacreditável como você relaxa e tudo começa a fazer mais sentido, tudo começa a ficar mais fácil do que tem sido... Ou seja, o sofrimento começa a diminuir, a dor começa a passar e você termina descobrindo que nada é por acaso mesmo!
Especialmente quando o assunto é dor de amor, sofrimento por alguma frustração ou desilusão amorosa, a gente costuma acreditar que nunca vai passar, ou que vai demorar mais do que podemos suportar, ou ainda que as consequências serão desastrosas, como nunca mais confiar em ninguém, nunca mais se entregar ou nunca mais sequer se relacionar.
Mas embora o tempo tenha seus segredos e poderes, há algo que você pode fazer agora para diminuir seu sofrimento, pra sentir essa dor sumir pouco a pouco. E isso é aceitar, confiar, entregar-se ao ritmo da vida, deixar-se levar com o fluxo do Universo e viver um dia de cada vez, sem fazer tantos planos, sem investir tantos pensamentos e tanta energia nesse acontecimento com o qual você não concorda! Apenas o agora, apenas este momento. E verá, surpreendido, que é bem mais fácil viver quando a gente para de brigar e simplesmente acredita que, ao fazer o nosso melhor, o que tiver de ser nosso, será - mais cedo ou mais tarde! "

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pensando bem...

Você está ali, sentado na sombra da sua tranquilidade, tudo confortavelmente funcionando ao seu redor, achando que é assim que a vida é. Um dia, quando o sol se levanta e você menos espera, tudo desmorona, quebra, torna-se o caos. Você perde referências, segurança, rotina, conforto. Você é jogado no olho do furacão, no turbilhão de uma gigantesca onda de mudanças. É um chamado do seu eu verdadeiro, que não podia mais viver aprisionado na inércia de uma vivência desestimulante. Você então é obrigado a reagir, a lutar, a abrir caminho e ocupar seu espaço. Você precisa respirar mais do que comer, sorrir mais do que trabalhar, contemplar mais do que entender. Demora para você alcançar o seu nirvana, o seu ponto de equilíbrio, a sua essência. E você tem que nadar para não se afogar, lutar para não afundar, correr sem cansar. O tempo urge, o sol não deixa de surgir e ressurgir, a lua brilha, o mar ondula, o ar empurra. E você, como uma lagarta, deixa o casulo e torna-se a borboleta, a transformação, a metamorfose, a flor desabrochada, o novo eu de si mesmo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Por que eu gosto de poesia

"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta."
Adélia Prado

Talvez essse seja um dos motivos: poesia é transe, para mim. É receber mensagem, é ler nas entrelinhas, é obscurecer tudo que não tem valor e restar somente o belo, a rima, a cadência, o ritmo, o metro, a métrica, a poesia do poema que surge, como um fluxo de líquido precioso.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

oi

Querido diário, digo, blog, voce se tornou meu melhor ouvinte, um amigo com quem desabafar. Melhor que seja assim, do que esperar ser ouvida por muitos.

Pensar nos torna alguém que existe além de ser.
Pensar mexe com nosso mundo, transforma a essência.
Do contrário é meditar, relaxar e esquecer.
Se você precisa, às vezes, esquecer que existe, e quer somente ser aquele que você é, esvazie a mente, sente, respire e medite. Acenderá uma luz que te guiará ao mais profundo do teu ser.



domingo, 3 de abril de 2011

Um poeta maior

Olá, alguns dias sem postar, estava introspectiva, não poderia postar as linhas que surgiram da minha mente para o papel neste período sombrio. Mulheres são regidas por hormônios, que nos deixam vulneráveis a todo tipo de intempérie emocional. Assim, ouvir uma música romântica, ler um livro de história de amor, saudades de alguém que se foi, tudo torna-se motivo para chorar e sofrer, e perder dois, três dias entre lágrimas em travesseiros.
Mas hoje o sol brilhou, o dia estava azul, assim como meus olhos, que puderam enxergar a luz brilhando no caminho entre as árvores frondosas. E é neste estado de espírito que eu publico hoje um poema de Pablo Neruda, que por si só, dispensa comentários. É um dos sonetos do livro "Cem Sonetos de Amor" da L&M, Pocket edição de 2006.

Soneto XLIV

Saberás que não te amo e que te amo 
posto que de dois modos é a vida, 
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quanto te amo.