domingo, 3 de abril de 2011

Um poeta maior

Olá, alguns dias sem postar, estava introspectiva, não poderia postar as linhas que surgiram da minha mente para o papel neste período sombrio. Mulheres são regidas por hormônios, que nos deixam vulneráveis a todo tipo de intempérie emocional. Assim, ouvir uma música romântica, ler um livro de história de amor, saudades de alguém que se foi, tudo torna-se motivo para chorar e sofrer, e perder dois, três dias entre lágrimas em travesseiros.
Mas hoje o sol brilhou, o dia estava azul, assim como meus olhos, que puderam enxergar a luz brilhando no caminho entre as árvores frondosas. E é neste estado de espírito que eu publico hoje um poema de Pablo Neruda, que por si só, dispensa comentários. É um dos sonetos do livro "Cem Sonetos de Amor" da L&M, Pocket edição de 2006.

Soneto XLIV

Saberás que não te amo e que te amo 
posto que de dois modos é a vida, 
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quanto te amo.




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