quarta-feira, 2 de março de 2011

A lição dos cisnes

Hoje, melancólica e pensativa, tentando encontrar palavras que exprimam meus sentimentos. Na falta delas, um poema que me acompanha, desde que o descobri, na minha adolescência em um amarelado livro de poesias. Eu vivia enterrada nos livros nesta fase da minha vida. Curtam comigo a parceria dos cisnes.

Cisne (Júlio Salusse)

A vida, manso algo azul algumas vezes, 
Algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente 
Um lago azul sem ondas, sem espumas.

Sobre ele, quando, desfazendo as brumas matinais,
Rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente, 
Como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia um cisne morrerá, por certo:
Quando chegar esse momento incerto, 
No lago, onde talvez a água se tisne,

Que o cisne vivo, cheio de saudade, 
Nunca mais cante, nem sozinho nade, 
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!











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