segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Arranque minhas verdades, me leve na conversa e
eu me entrego. Deite-se ao meu lado, conte longas histórias, de que um
dia houve um amor que ultrapassou o tempo, que ficou mais de 20 anos
adormecido no castelo, até que um longo beijo o despertou.
Tudo mentira, sonho, pesadelo, nada verdadeiro. E eu caí nessa,
acreditando que o mundo seria capaz de mudar, de aceitar pessoas
diferentes e insistentes, como eu fui um dia. Já não preciso mais de
alguém que me defenda, nem de um porto seguro, ou de um amor para toda a
vida. Eu já me basto. Faça o que quiser fazer, sem mim. Viaje aos mares
do sul, sobrevoe oceanos imensos, mas ouça o conselho: não me trate
como uma qualquer. Qualquer um pode não ter valor, ser apenas aquela
pessoa do momento, que inspira apenas cinco minutos e nada mais. Eu não,
eu sou uma mosca na sopa, um calo apertado pelo sapato, uma verdade
incontestável. Me assuma se tiver coragem, do contrário, finja que nunca
me viu nem sabe quem eu sou.
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